Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (25), o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, falou que o governo federal fará esforço para se reaproximar das forças de segurança, “que foram muito politizadas”.
Todos os secretários estaduais de Segurança Pública foram convidados para uma reunião com o governo federal, da qual participarão Tadeu Alencar e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na quinta-feira (26).
Segundo o secretário, o objetivo é estabelecer “um diálogo nacional, interfederativo e cooperativo” com os secretários estaduais. “Respeitando a competência dos estados, a União pode ter um papel articulador de política nacional, mas é necessário dialogo intensivo”, disse.
Alencar ressaltou que o tema não deve dividir os agentes públicos. “Temos questões politicas que devem ser deixadas de lado para tratar da segurança pública.”
Ao relembrar os atos criminosos durante o ataque aos Três Poderes no dia 8 de janeiro, o secretário disse que foi “uma selvageria jamais vista na história brasileira”. E disse acreditar que a falha na segurança aconteceu entre os que estavam no comando.
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“A mesma polícia que, no dia 1º, fez uma segurança pública exemplar durante a posse, sob outro comando e orientação, permitiu que acontecessem esses fatos lamentáveis”, disse Alencar.
Ele disse que a responsabilidade dos agente públicos sobre os atos será individualmente apurada, mas disse que é possível reconhecer o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF), Anderson Torres, como um dos responsáveis.
“É evidente que houve vulnerabilidade no modelo de atuação das forças de segurança do DF [no dia 8 de janeiro]. Bastou que o secretário não estivesse ali cumprindo seu papel para causar essa fragilidade”, falou. E disse também que é atribuição da União pensar mecanismos e modelos de segurança que permitam aperfeiçoar o esquema de segurança no DF.
Ao ser questionado sobre as declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que relacionam a diminuição no número de homicídios com o maior acesso às armas que seu governo facilitou, Alencar negou a relação. E disse que a redução da violência tem a ver com o resultado de medidas adotadas em governos anteriores, a atuação dos estados, e também com o momento de pandemia.
Ele disse que as duas medidas adotadas pela Segurança Pública durante o mandato de Bolsonaro foram a liberação de armas e a politização das polícias. “A nossa visão é completamente diferente daquela do governo Bolsonaro sobre segurança”, disse.
Alencar falou que o governo federal deve apostar no binômio: repressão qualificada e prevenção social, que ele considera “a grande chave do enfrentamento adequado da violência no Brasil”.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Governo quer se reaproximar das forças que foram politizadas, diz secretário nacional de segurança no site CNN Brasil.