Por Rodrigo Matuck
O Santos ficou apenas no empate de 0 a 0 com o Água Santa nesta quarta-feira, pela quarta rodada do Campeonato Paulista. Apesar de ser apenas o quarto jogo da temporada, a paciência da torcida já está indo embora. Isso porque o time não mostra evolução dentro de campo.
Mesmo atuando em casa, o Peixe entrou em campo nervoso e não conseguia trocar passes com qualidade para fugir da alta e forte marcação dos visitantes para iniciar uma jogada. Não à toa, os santistas chegaram ao campo ofensivo pela primeira vez com cerca de 10 minutos de partida.
A dificuldade de chegar ao ataque, inclusive, tem uma explicação. Entre a defesa e o ataque existe um buraco. Os zagueiros ou os volantes não tem opção de passe. Há um espaçamento muito grande entre os setores. O meio de campo só existe para ajudar na marcação. Não há ninguém que consiga pegar a bola na defesa e levar até os atacantes. O técnico Odair Hellmann, aliás, mostrou incômodo neste aspecto.
“Nossa ideia é fazer uma construção inicial para clarear um pouco mais o jogo. Tentamos isso no primeiro tempo, mas nos aproximamos demais com os homens da defesa e nos distanciamos do ataque. Criou-se um espaço muito grande. Isso gera intranquilidade e ou você coloca a bola para trás ou faz a bola longa. Não é o que se treina e nem o que se busca. Queremos uma construção mais limpa”, disse.
Quando o ataque começa pelas beiradas, o lateral e o ponta até tentam tabelar, mas falta alguém para se aproximar e ajudar. Apenas os dois extremos não conseguem formar uma jogada sozinhos.
Diante do Água Santa, o responsável por fazer essa função foi Carabajal. Em alguns momentos o argentino até tentou buscar o jogo, mas pouco conseguiu produzir. Aliás, para se ter uma noção da importância de ter um homem mais criativo no meio de campo, a única jogada de perigo do Santos durante os 90 minutos começou justamente nos pés do camisa 8. Ele achou um espaço entre os marcadores e lançou boa bola para Soteldo, que serviu Lucas Pires. O lateral apareceu sozinho na área, mas finalizou para fora.
O ataque, por sua vez, não tem muita criatividade também. O repertório é quase sempre o mesmo: Ângelo ou Soteldo puxam pela ponta e tentam, após fintar o marcador, cruzar para Marcos Leonardo ou chutar. As bolas levantadas para o camisa 9, porém, são interceptadas em sua maioria. Já os chutes estão saindo sem pontaria ou sem força.
Depois de sofrer gols nos três últimos jogos, a defesa do Santos foi um pouco mais segura contra o Água Santa, mas isso não significa que não sofreu. O time, aliás, só não levou gol em uma jogada de escanteio porque João Paulo operou um milagre em uma cabeçada a queima roupa de Didi.
E se antes o setor mais frágil estava sendo o esquerdo, nas costas de Lucas Pires, o grande problema nesta noite foi Nathan, na direita. Os atacantes do Água Santa partiram para cima do lateral, que sofreu para segurar os rivais. A sorte santista é que os visitantes também não estavam calibrados na pontaria.
A má atuação dentro de casa e a falta de evolução já fez a pressão aumentar nas arquibancadas. Diversos torcedores criticaram o time durante e após o apito final do árbitro. Torcedores pediram a contratação de mais jogadores, respeito com a camisa do clube e xingaram o presidente Andres Rueda.
Agora, o Santos terá apenas mais dois dias para ensaiar uma melhora para que essa pressão não fique ainda maior no sábado, no duelo contra a Ferroviária, pela quinta rodada do Campeonato Paulista. O jogo será no Canindé, às 18h30 (de Brasília).
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